quinta-feira, março 27, 2008

Coming out

Encontrei um video muito giro com muitos testemunhos de pessoas que sairam do armário, mas já que vou pôr estes testemunhos aqui, acho que devo a essa gente pelo menos a minha própria história.
Disse que era gay a minha mãe aos 19-20 anos, e foi assim:

Eu "mãe tenho uma coisa para te contar"
Mãe "o que é?"
Eu "bem é uma coisa que tenho medo de contar porque pode mudar a nossa relação, mas tenho de contar ou senão tambem nunca vamos estar proximos"
Mãe "bem só pode ser uma de duas coisas, ou andas na droga, ou gostas de homens"
Eu "não ando na droga..."
Mãe "ó filho, eu gosto de ti de qualquer maneira, mas tenho medo que não vás ser feliz"
Eu "Obrigado mãe, já estou feliz"

A minha irmã não acreditou, pensou que eu estava a gozar com ela, foi dificil convence-la que não era uma piada... uma das frases que me lembro lhe dizer foi, "o que há de tão estranho, tu não gostas de caralho? pronto eu tambem gosto" (sorry pela linguagem haha).
Ao meu pai ainda não contei, mas acho que ele sabe, visto que moro com o mesmo homem há 10 anos, e ele já me mandou 2 ou 3 "piadas/bocas", acho que ele merece saber, vou lhe dizer da próxima vez que conversar com ele mais a sério, acho que ele merece que lhe diga frente a frente, e tenho de ter confiança nele.

O video é este, espero que a minha história, e a destes jovens possa dar força para sairem do armário (a quem não tenha já saido e sinta que o tenha de fazer) pelo menos para quem vos é mais caro.

9 comentários:

paulo disse...

Mais um vídeo fantástico! Ah, também gostava de ter a tua frontalidade e coragem a contar à minha mãe e irmãos. Força para a conversa com o teu pai!
Um abraço

TUSB disse...

obrigado pelo comentário, é sempre um risco contar aos pais, no meu caso fui um sortudo, e vou contar ao meu pai de certeza em breve. Acho que todos temos medo de contar aos nossos pais porque temos medo que o amor deles não seja incondicional, e tenho muita pena que nalguns casos isso seja verdade...

paulo disse...

Acredito que haja pais sem esse amor incondicional de que falas! No meu caso, a situação é tão simplesmente não querer magoar. Não acredito que se afastassem ou mandassem embora, até porque sabem que partilho a casa com o Zé. Só continuo a interrogar-me se não se questionarão de mais nada. Enfim, um dia lá calhará numa conversa qualquer...
Ao fim e ao cabo, és mesmo um sortudo :), inclusive pela coragem!

TUSB disse...

não foi bem coragem, foi mais o contrário, foi medo de me afastar mais da minha mãe, já mal conseguia falar com ela sobre mim... enfim obrigado na mesma, já estáva a corar :D

João Roque disse...

Eu sou um sortudo também, pois a minha família (Pais e irmãos) acitaram bem, e ostempos eram outros, mais "fechados" e numa cidade de provincia.
Sei que o "coming out" é um anseio legítimo para todos os gays, mesmo para os que dizem que não...
É preciso também ser cauteloso e o "timing" é deveras imprtante.
Hoje, é uma coisa que já não se comenta, entrou na correcta normalidade das coisas normais, graças a Deus!
Abraço.

TUSB disse...

Obrigado por nos ter deixado a tua experiencia, pinguim, enquanto entrar na normalidade das coisas, acho que depende da familia em que se cresce.
Há ainda familias e pessoas que só vivem pelo "livro sagrado" da sua religião, e são capazes de tudo mesmo contra um filho...
E o preconceito e estereotipos ainda estão bem vincados na nossa sociedade.

Anónimo disse...

Nesse aspecto, também fui um sortudo. A minha família sempre me acietou mais e melhor do que, muitas vezes, eu a mim próprio... Mas isso são outros quinhentos... Abraço!

TUSB disse...

Obrigado pela visita :D, assim somos "muitos" sortudos, pelos vistos as coisas não estão assim tão mal :D

Ricardo disse...

É sempre o assunto mais dificil, eu larguei bomba logo de inicio por pressões constantes, e o assustador feedback já se esperava, em casa nunca tive apoio, mas os meus pais continuam a olhar para mim da mesma maneira, mas sempre tive todo o apoio fora de casa e mesmo de família, sinto que ainda hoje se não larga-se a bomba não estaria mais calmo, gota a gota a mentalidade vai mudando, o mais importante é segurar-mo-nos à nossa felicidade com força quer estejamos sozinhos ou com alguém ao nosso lado.