Tornaram se namorados num tempo diferente do de hoje, ele explica, quando os homosexuais chamavam se de amigos, e era segredo construir uma vida em conjunto.
Nos 25 anos que estiveram juntos, os dois homens nunca discutiram casarem - nem quando se tornou possivel tarde na sua relação. Nunca foram do tipo de casar.
Mas falaram, como casais falam, sobre as suas familias, o seu futuro, e até das suas mortes.
Russell F. O'Geen, que tem agora 57 anos e chamava Rochester a sua terra de origem até uns meses atrás, diz que o seu companheiro queria ser enterrado perto do seu pais e dois irmãos no Minnesota.
E foi onde Russell levou o corpo do seu companheiro ainda este ano, disse, depois de telo visto morrer na casa que partilhavam na cidade. Ele tentou ajudar ao mesmo tempo que chamava o 911, entre o medir do pulso e tentar uma reanimação.
Agora está a limpar a casa que ele e o seu companheiro partilhavam na cidade, porque a casa estava no nome do seu companheiro, e sua familia quer vendê-la.
Russel, que tem a "Lily Farm" em LeRoy e vende flores no marcado publico de Rochester, diz que vai levar as arvores que semeou no jardim da casa que o seu companheiro comprou há 15 anos. Assim como as restantes flores e a pequena cataracta que constuiu.
"Quando venderem a casa, a pessoa que vier não vai cuidar do jardim" preocupa-se ele
Russel consultou dois advogados depois da morte do seu companheiro. E disse lhes o que tinham combinado quando um ou outro morressem, a casa respectiva iria para o sobrevivente. Russel receberia a casa da cidade que usavam durante a semana, e o seu companheiro receberia a casa em Leroy, onde passavam os fins de semana.
Os advogados disseram lhe que no momento em que o seu companheiro não fez testamento com instruções sobre o que queria, Russel não tinha direitos. Os dois homens tinham falado acerca de por as coisas por escrito, mas nunca o fizeram.
Então agora, Russel está a empacotar tudo, a loiça, os vasos, os moveis de jardim que tinham comprado juntos.
"Viviamos uma vida confortável e discreta" disse ele. "Sim, viviamos. Nesses tempos, é o que se fazia. Não viviamos como os gays vivem agora."
Em relação ao dinheiro, manteram as coisas separadas, disse Russel. Até o seguro de vida e outras contas que deixou estavam guardadas para a filha e os três netos dele, e ele estáva de acordo com isso.
"Isto nada tem a ver com dinheiro" diz-ele. "Tem a ver com o amor, e com quem eu cresci. Estivemos juntos 25 anos."
Não seguiu as noticias recentes do governador de Nova York que está a dar ordens as agencias para reconhecerem o casamento homosexual celebrado noutros estados, ou até outras noticias sobre as uniões homosexuais poderem ser oficializadas na proxima semana no estado da California.
Mas a história que Russel contou, de um casal que via televisão juntos, e compravam moveis juntos, oferece todas as razões para que seja reconhecido que os homosexuais não estão a pedir algo diferente do que os restantes querem.
Russel diz que a parte mais dificile são as saudades do seu companheiro, que tinha 56anos quando faleceu. Falavam ao telefone cinco vezes por dia.
"Já ninguem me telefona.." diz ele "E isso dá cabo de mim..."
(encontrei este pequeno artigo em inglês aqui link e fiquei tão emocionado ao lê-lo que decidi fazer esta pequena tradução, se compararem o original com a tradução usei o nome próprio da pessoa no lugar do nome de familia para ser menos americanizado... espero que gostem)
sexta-feira, junho 06, 2008
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7 comentários:
O que mais valorizo no artigo é precisamente a linda história de amor vivida a dois. E a duração da relação: 25 anos (faltam-me 11 para lá chegar, eh eh eh). Nem sequer quero pensar na morte de um dos dois, brrrrrr...
Uma linda história de amor. Pena que haja sempre o preconceito e a ganância das famílias. Muito provávelmente nunca quiseram saber deles mas depois da morte foram logo agarrar-se à casa para a vender. Este é o tipo de coisas que me põe o sangue a ferver.
Um abraço.
Catatau: Foi o que mais me comoveu, a história de amor, a mim ainda me falta 15 anos haha, e também não quero pensar na morte, mas já falamos disso, e já fizemos os testamentos... ninguém está a pensar morrer quando acontece...
Special K: Sim, o triste é que já vão receber todo o dinheiro e seguro de vida do companheiro, e mesmo assim não prescindiram da casa deles... Até que nivel de baixeza pode o ser humano chegar...
Caro Swear
eu tenho no meu passado uma belìssima história de amor com o Duarte, que evoluíu muito normalmente para uma Amizade inigualável, e já lá vão quase 22 anos, e mantemos hoje em dia, apesar de cada um ter a sua vida sentimental própria, a nossa vida em comum na "nossa" casa, e temos testamentos feitos de um para o outro, pois há morreres e viveres; e o Dejan e o Rich (o amigo do Duarte) ambos sabem dessa situação de início, sem qualquer ocultação ou mentira...
A vida deve ser vivida assim, sempre com respeito, Amizade e Amor!
Abraço.
Pinguim: Agradeço o teu comentário e o teu testemunho, este texto foi mais um hino ao amor do que outra coisa, do meu ponto de vista, o artigo original era mais virado para os direitos do que teria gostado, acho que o importante neste texto é mostrar que, todos iguais, todos diferentes, amamos e sofremos igual á maioria...
Abraço
O tempo é importante, mas mais do que ele é a relação, o amor, a cumplicidade. É comovente, claro!
Paulo: tens toda a razão, e um homem que viveu 25 anos com outro quando o perde, deve ser como ter uma parte dele próprio que morre...
Sem falar de ter de deixar a casa onde moraram tantos anos
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